Pop, dance e sertanejo: sem identidade, Wanessa já atacou em várias áreas musicais

Wanessa começou a carreira como uma alternativa ao sucesso de Sandy. Apesar de ser filha de um sertanejo, ela ganhou o público teen apostando em baladas pop, o que à época se mostrou ser uma decisão correta

E foi assim que a cantora manteve sua carreira durante os dois primeiros discos, lançados em 2000 e 2001. Nesse período, ela emplacou faixas como "O Amor Não Deixa" e "Apaixonado Por Você". Mas, para Wanessa Camargo, a frase "não mexer em time que está ganhando" não faz sentido e a cantora passaria por diversos momentos nos anos posteriores

Mesmo antes de ousar, ela já demonstrava querer apostar em outras sonoridades. Se for analisar os créditos das composições gravadas por ela no início, fica claro que a cantora se preparava para arriscar passos em várias direções. Nos dois primeiros CDs há desde músicas do pai, Zezé, a faixas de autorias de Fernanda Takai, Jarizinho e Herbert Vianna

Já no álbum de 2002, a filha de Zezé provou que poderia ser uma cantora pop mais dançante e aberta a produções que inserem elementos eletrônicos. O resultado desse projeto é parceria dela com o americano Jason Deere, com quem compôs grande parte do CD

Em "W", de 2005, a cantora se atreve ainda mais e insere elementos de reggaeton e até soft rock. O sucesso do projeto foi "Amor Amor", um pop mais dançante

"Total", de 2007, já traz Wanessa Camargo assumindo gosto por outros ritmos, o que resulta em um CD eclético, mas sem identidade. Até forró ("Me Pega de Jeito") e country ("Demais") foram gravados nesse álbum. O disco também reúne uma versão da banda DIxie Chicks ("Não To Pronta Para Perdoar") e parceria com os latinos do grupo Camila ("Me Abrace"). Mais eclético, impossível

Em 2009, a cantora lançou "Meu Momento", primeiro projeto dela que flertava com o R'n'B. O disco traz a inesperada parceria com o rapper Ja Rule em "Fly" e "Meu Momento". Parecia que Wanessa tentaria finalmente virar uma diva pop e competir com Ivete pelo posto de principal cantora do País. E pelo menos nos próximos cinco anos, foi o que ela tentou

Com a DNA Tour, de 2013, a cantora impulsionou essas características e gravou um disco todo em inglês. Nessa época, ela virou queridinha das baladas de música eletrônica, principalmente aquelas voltadas ao público GLS. Parecia que Wanessa tinha encontrado seu público e um nicho para explorar. Mas ela voltaria a surpreender os fãs três anos depois e abandonaria esse circuito em prol de algo mais abrangente e seguro

Com a gravação do disco "33", em 2016, a cantora resolveu assumir o que negou desde o começo: o lado sertanejo. Não teve quem não ficou surpreso com a decisão, principalmente após flertar tanto com a música pop mais dançante e eletrônica. Apesar de muitos fãs terem rejeitado essa decisão, o primeiro single do CD, "Coração Embriagado", atingiu a 19ª posição da Billboard, melhor resultado da carreira dela até aqui. A cantora pode até não ter identidade duradoura e confundir os fãs com as mudanças implementadas a cada novo CD, mas, aparentemente, ela sabe como se reinventar e aproveitar o que faz sucesso no momento para se manter sempre em evidência