BH: a capital da gente

Dez jornalistas do Estado de Minas homenageiam Belo Horizonte falando sobre o bairro onde vivem ou onde cresceram. São memórias e vivências cotidianas de moradores que ajudam com seu trabalho, todos os dias, a contar um pouco da história da cidade. Feliz aniversário, BH!

Jornal Estado de Minas
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em 12 de dez. de 2015
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Ivan Drumond - Repórter do Superesportes

"Sou nascido e criado no São Lucas. No prédio da esquina das ruas Dante e Camões. Foi ali que cresci. Não me esqueço do vendedor de verduras que passava gritando “olha o verdureiro”; nem do padeiro, que disparava sua buzina todas as tardes, o amolador de facas, que passava fazendo barulho, a sineta da "vaquinha", o caminhão que vendia o líquido. E foi lá que nasceu meu amor pelo esporte, pois era vizinho de Yustrich (técnico), Carmine Furletti (dirigente do Cruzeiro), Zé Ernesto (goleiro do América e jogador de basquete do Ginástico), os amigos da pelada na rua, Pelau, Serginho, Didi, Quinzinho, Aldair (que a gente chamava, escondido, de Roberto Carlos), Popola, Danielo, Sérgio, Juninho Fallabela, seu irmão Léo, Gutem, Juleba, Escovinha, Darlan, Chico, Caqui, Ricardo Gaguinho, João Brás. Enfim, lá aprendi muito da vida."

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Marinella Castro - Repórter de Economia

"O Centro tem um passado glorioso, já foi lugar das vitrines mais legais da capital, lugar onde se chegava de bonde. Ainda hoje, a região tem o seu charme. Descer a pé a Avenida Afonso Pena, da Praça Milton Campos, até o Parque Municipal, é um ótimo jeito de começar um passeio pelo coração da cidade. Ilha verde no meio do burburinho, com suas árvores gigantes e sombra fresca, o parque agrada todas as idades e guarda relíquias, como os burrinhos e lambe-lambes. Bem ao lado, está o Palácio das Artes, e logo um pouquinho adiante a igreja de São José. A fachada está novinha, restaurada com as cores do início do século. Outra coisa legal no Centro da cidade é que o passeio é a pé. Lá, vale ainda conhecer o Cine Theatro Brasil, gastar um tempo no comércio variado da Rua Rio de Janeiro, onde pode-se encontrar quase tudo. Depois, descer a Augusto de Lima, rumo ao imperdível Mercado Central. Lá, a viagem é gastronômica, quase uma aromaterapia com poderes de cura."

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Shirley Pacelli - Repórter do EM Cultura/Divirta-se

"Meu lugar preferido em Belo Horizonte é o chamado Baixo Centro, região da Rua Aãrao Reis, que compreende o Viaduto Santa Tereza e a Praça da Estação. Lá, a vida pulsa. Seja na batalha de improviso do tradicional Duelo de MCs, nas expressões de protesto dos muros, no refresco da Praia da Estação ou nos jukeboxs dos bares, com a sofrência dos sertanejo de raiz... Me sinto entre os meus. O baixo Centro é aberto a todos os públicos e a comunhão se realiza em festa. E é de lá também que surgem os debates mais verdadeiros sobre o direito à cidade – tema urgente na capital mineira."

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Daniel Seabra - Subeditor do Superesportes

"O Bairro Sagrada Família é uma verdadeira cidade. Lá você encontra de tudo um pouco, desde bares e restaurantes, salões, academias, frigoríficos, imobiliárias, supermercados, praças e pistas de corrida e caminhada. Mas, acima de tudo, apesar da intensa variedade e de ser cortado por grandes vias de circulação, com um ‘trança-trança’ sem fim, o bairro não perde seu jeito interiorano, suas mesas na calçada, aquela cerveja gelada com um tira-gosto no fim de tarde, as pessoas sentadas nas portas das casas, as crianças brincando, a bola rolando e a alegria de quem vive em um dos maiores e mais movimentados cantos da cidade, mas que se sente privilegiado por se sentir, literalmente, em casa."

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Luciane Evans - Repórter de Economia

"Santa Tereza é o nosso interior. É onde moradores se cumprimentam pelas ruas e caminham por elas sem pressa. Há ainda a conta na caderneta e o comércio "olhos nos olhos". Há sorrisos pelas janelas e cheiro de café forte que exala das casas. É o bairro dos encontros: qualquer turma que se preze sabe que o "vamos cair para Santa Tereza?" é praticamente lei nas noites de BH. É ali que a boemia tem seu canto e está de porta aberta para quem quer chegar, sentar e pedir uma gelada. É o bairro do carnaval de rua, dos bloquinhos ingênuos e da alegria estampada sem disputa. Santa Tereza não aceita confusão, não quer bagunça e, tampouco, violência. É bairro para quem quer sossego e busca a alma mineira, que se perdeu na correria da capital."

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Marcelo Ernesto - Repórter de Política

"Meu lugar preferido em Belo Horizonte foge um pouco do normal de se pensar, principalmente, sendo a cidade tão linda e cheia de espaços agradáveis. Mas minha escolha passa por vivências de infância. Meu lugar é o Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da cidade. Apesar das dificuldades que marcam bairros mais periféricos, como é o caso, um detalhe chama atenção. A região é rodeada pela Mata da Isidora. Isso faz toda a diferença. Ter o benefício de estar rodeado por uma área verde, com rica diversidade de fauna e flora e muitas nascentes, é muito interessante. E mais: inspira a gente a ter uma visão diferente e mais crítica sobre qual cidade queremos ter para o futuro. Viva todas as faces de BH!"

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Liliane Corrêa - Editora de Conteúdos Digitais

"Meu pedacinho de BH é o Buritis, bairro onde moro e que mudou pra caramba desde que cheguei lá, há 12 anos. Apesar do trânsito complicado e do constante barulho das obras (prédios novos brotam como que do nada, todos os dias), gosto da juventude do bairro, que pulsa na toada dos solteiros, das jovens famílias e dos velhinhos 'Cocoon' que se mudaram para lá para ficar perto dos filhos. Gosto da estrutura comercial robusta, da variedade de produtos e serviços ofertados e, claro, do friozinho que, quando bate, faz a gente pensar até que já está no Rola-Moça. Gosto também de estar a um passo da Savassi (claro, na filosofia do 'logo ali' de mineiro) e a outro passo do Palmeiras (que me lembra um pouco o Carlos Prates da minha infância)."

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Paulo Galvão - Repórter do Superesportes

"Poucos lugares resumem tão bem Belo Horizonte quanto o Anchieta. As ruas pouco movimentadas quase nos fazem sentir em uma cidade do interior, principalmente nas proximidades do Parque Julien Rien, onde o cantar dos passarinhos inspira o descanso e a reflexão. Os moradores acabam criando boas relações em caminhadas tranquilas pelo bairro. Mas também há comércio forte e diversificado, boa prestação de serviços, de agências bancárias a lojas de roupas, passando por bons restaurantes e bares para todos os públicos, para todas as idades. Sem contar que o Anchieta é muito próximo da Savassi, sendo de fácil acesso e bem servido por transporte público. Por tudo isso quem mora no local não tem vontade de sair."

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Marta Vieira - Repórter de Economia

"Em tempos de democracia brasileira tão arranhada, nada melhor do que a expressão das liberdades individuais para definir a convivência irrepreensível de opostos no Bairro Gutierrez e vizinhança. Feudo não tem vez nos encontros que ninguém precisa marcar de dia ou à noite, com portas abertas independentemente de credo, voto ou idade. Na mesma praça (Leonardo Gutierrez) e nos mesmos bancos, a manhã de sábado é curtição para crianças, pais e avós, depois da missa; à tarde imperam cerveja gelada, açaí e churrasquinho entre turmas de amigos e, à noite, também é feita para dormir; claro, quando não há os tradicionais desfiles de blocos, durante o carnaval. No vizinho Santo Agostinho, separado por um único quarteirão, de novo a convivência democrática dos amigos cães numa praça que parece ter sido construída para eles (Rosinha Cadar), com direito a corrida e banho na fonte. Espaço para diversão não falta a minguém, seja qual for o tamanho do bolso. Quem quiser muda de lado e para isso basta atravessar a rua. Escolha entre as mesinhas na calçada servidas do melhor peixe da cidade, acompanhado de descontração e bom atendimento, e a sofisticação de cervejas produzidas mundo afora no aconchego de um bar intimista. É o que de melhor existe a poucos metros do lar, doce lar no Gutierrez."

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Márcia Maria Cruz - Repórter do Gerais

"O Morro do Papagaio é onde está meu coração. Além do colorido das casas, o histórico de organização comunitária faz com que seja uma dos cantos mais pulsantes da capital. Oferece à cidade a Casa do Beco, espaço em que se gesta linguagem de teatro comprometida com a transformação social. De lá saíram grande parte das lideranças negras e jovens que atuam na política, cinema, música e produção de conhecimento. Quando foram à sede das Nações Unidas, em Nova York, jovens à frente da Central Única das Favelas (Cufa) deram projeção global às causas das comunidades brasileiras. Lá, você encontra boa prosa boa no Bar do Kaley, pode se divertir ao assistir uma partida do Prointer no campo de futebol ou vibrar pelo Arraial do Sabuco Duro, nas festas juninas. Pode cair no samba nos ensaios do bloco Acadêmicos da Vila Estrela. Junta-se a tudo isso a bela vista do espelho d'água, um espaço de interação entre diferentes realidades."

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Created by Tal Garner
On Nov 18, 2021