De mais rico para classe média em Bangu: conheça a trajetória de Eike Batista
De mais rico para classe média em Bangu: conheça a trajetória de Eike Batista
Ele já foi considerado o homem mais rico do Brasil e o 8º multimilionário do mundo, mas viu sua fortuna avaliada em R$ 50 bilhões ir pelo ralo. Assim como, sua fama de bilionário pop. Virou meme e agora é procurado pela Polícia Federal.
Conheça a trajetória de Eike Batista, o empresário brasileiro que já teve seu nome estampado em uma coleira, é procurado pela Polícia Federal e Interpol e pode parar em Bangu.
Ele já foi considerado o homem mais rico do Brasil e o 8º multimilionário do mundo, mas viu sua fortuna avaliada em R$ 50 bilhões ir pelo ralo. Assim como, sua fama de bilionário pop. Virou meme e agora é procurado pela Polícia Federal.
Conheça a trajetória de Eike Batista, o empresário brasileiro que já teve seu nome estampado em uma coleira, é procurado pela Polícia Federal e Interpol e pode parar em Bangu.

Vida na Europa e retorno ao Brasil
Filho da alemã Jutta Fuhrken e do ex-presidente da Vale e ex-ministro de Minas e Energia, Eliezer Batista da Silva, morou com os pais na Europa até os 18 anos, quando voltou ao Brasil.
Eike início curso de Engenharia Metalúrgica, mas nunca concluiu.
Seu primeiro emprego, ainda na Europa, foi como vendedor de apólices de seguro de porta em porta.
No Brasil, ele se dedicou ao comércio de ouro e diamantes. Sua primeira empresa foi aberta quando ele tinha 21 anos, nos anos 1980, ao pegar US$ 500 mil emprestados. A "Autram Aurem" era responsável pela compra e venda da pedra preciosa a partir do intermédio entre produtores e compradores.
TVX Gold
A empresa listada na Bolsa do Toronto, Canadá, fez com que o empresário entrasse no mundo de mercado de capitais. Com presidente da TVX Gold, Eike teve minas no Brasil, Canadá e Chile. A empresa gerou, pelo menos, US$ 20 bilhões, mas a tentativa de exploração do mercado grego acabou levando o empreendimento à venda pela bagatela de 875 milhões de dólares canadenses em 2001.
Casamento com Luma de Oliveira
Eike se casou com a modelo Luma de Oliveira em 1991. Sete anos depois, a musa de uma década gerou grande polêmica ao aparecer no Sambódromo, no Rio de Janeiro, com uma coleira cravada de diamantes com o nome do marido.
Os dois tiveram dois filhos, Thor e Olin que também se envolveram em grandes polêmicas.
Adepto à vida de academia e sempre ostentando muitos músculos, Thor foi acusado de atropelar e matar um ciclista em 2012, na Baixada Fluminense. Ele chegou a ser condenado, mas foi absolvido em segunda instância. No ano passado ele voltou a ganhar as manchetes ao trocar Mercedes avaliada em R$ 2,5 milhões por uma Range Rover de R$ 700 mil.
Olin Batista é DJ e sempre aparece nos holofotes por causa de seus relacionamentos, foram muitos. Em 2016, ele chegou a ter uma affair com a vencedora do Big Brother, a goiana Munik. No entanto, o mais polêmico de seus relacionamentos foi o com Babi Rossi, assistente de palco do programa Pânico na Band que era vista ostentando nos avições e casas da família do namorado, além de peças de alto valor.
Vida de atleta
Apaixonado por lanchas desportivas, Eike foi campeão brasileiro, americano e mundial de Super Powerboat Offshore. Não satisfeito, ele comprou, em 2006, 220 milhas náuticas entre Santos e Rio de Janeiro e se dedicou a bater o recorde de travessia em um iate, o Spirit of Brasil avaliado em R$ 85 milhões.
Iate, três motos aquáticas e uma lancha do empresário foram apreendidas pela Polícia Federal em 2015. A apreensão atendia pedido da Justiça de bloqueio de R$ 3 bilhões em bens de Eike e familiares.
Império X
A partir de 1998, Eike começou a abrir empresas diversificadas e comprar empreendimentos ligados ao setor de infraestrutura.
Em 2001, ele construiu a termelétrica que seria o primeiro passo para o surgimento do que ficou conhecido como "Império X", uma gama gigantesca de empresas do setor de energia.
A empresa de mineração e logística MMX foi inaugurada em 2005 e em 2006 o empreendimento teve lançamento na bolsa. Várias outras surgiram no período, entre elas a OGX e a LLX, de logística. Seu ápice foi em 2009 com a criação da OSX, uma indústria naval que o tornou um bilionário pop no mundo todo.
Divórcio com Luma e segundo casamento
O casamento entre Luma de Oliveira e Eike Batista acabou em 2004. A modelo recebeu duas casas, além de uma quantia de US$ 20 milhões no divórcio. Em 2015, ela teria protagonizado um barraco na porta da casa de Eike após ter os bens bloqueados e até ameaçado se mudar para a casa dele. Luma nunca confirmou e disse que tinha uma boa relação com o ex-marido.
Em 2009, ele começou a namorar com a advogada e empresária Flávia Sampaio. Ela foi responsável por comandar o Beaux, centro de saúde e beleza do Grupo EBX, localizado no Rio de Janeiro. As atividades da empresa terminaram em 2012. Ele teve um filho com ela, Balder Batista.
Flávia chegou a ser vista ostentando vários itens luxuosos durante a crise de Eike, mas em 2014 começou a vender e alugar seus vestidos de grife pela internet. No mesmo ano, os dois anunciaram o fim do relacionamento.
O homem mais rico do Brasil e um dos dez mais do mundo
A fortuna de US$ 30 bilhões (por volta de R$ 50 bilhões) rendeu à Eike Batista o título de homem mais rico do Brasil e o oitavo do mundo. Sua aparição com um dos dez multimilionários do mundo listados pela revista Forbes aconteceu em 2010.
Eike Batista passou, então, a estar em todos os holofotes mundiais e se tornar um exemplo de empreendedorismo no Brasil. Em 2011, ele chegou a publicar o livro "O X da questão" contando sua história e dando dicas de como alcançar o sucesso no mundo dos negócios.
Em 2012, em entrevista ao Fantástico, ele comentou seus planos para o futuro: o maior estaleiro das Américas, um parque industrial e o maior porto do País. Investimentos que totalizam US$ 40 bilhões.
No entanto, no mesmo ano, iniciou sua derrocada: o filho Thor foi acusado de matar um ciclista e a fortuna encolheu em US$ 6,8 bilhões em menos de 24 horas,
O fim do império
2013 foi o ano negro da trajetória, até então, brilhante de Eike Batista, tudo por causa de promessas exorbitantes que não foram entregues aos investidores. Problemas com gestão e relação com seus executivos também era apontados como motivos da derrocada.
Ele renunciou ao conselho de uma das empresas e deixou o "status" de bilionário. A empresa OGX deu um calote de US$ 45 milhões em juros a credores e anunciou que poderia parar de produzir. As ações acumularam queda de 95%.
Em entrevistas à imprensa, o empresário afirmou ter se arrependido de ter entrado no mercado de ações. O império começou a ser vendido em uma das maiores liquidações já vistas no País. A dívida das empresas X chegou a R$ 23 bilhões no fim do mesmo ano. Eike teve R$ 10 bilhões em empréstimos aprovados para seus projetos e chegou a receber ajuda de R$ 500 mil a partir da venda de um terno em um leilão beneficente.
Surge o meme: Eike classe média
Uma entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", em 2014, fez do empresário de sucesso uma piada na internet. Eike disse que "nasci como um jovem de classe média e você voltar para isso...é um negócio para mim, sabe, é óbvio que é um baque gigantesco na família", fazendo surgir o "#EikeClasseMédia" e o "#EikeGenteComoAGente".
A partir das hashtags, internautas faziam piadas e davam dicas ao empresário de como sobreviver à nova realidade.
Sem atualizar sua conta no Twitter desde 2013, ele usou a rede social para comentar o assunto e dizer que quis se referir a sua capacidade de se adaptar a situações adversas. O que não gerou muito resultado. Ele acabou deixando o microblog de vez.
Na mesma época, ele afirmou em declarações para a imprensa que devia R$ 1 bilhão e teve também R$ 117.348.123,26 milhões de suas contas bancárias bloqueado pelo Banco Central.
O empresário enfrentava também diversos processos judiciais e convivia com bloqueio de imóveis e outros bens.
Investigações policiais
A primeira investigação do empresário foi divulgada em 2008: a Operação Toque de Midas deflagrada tinha como foco fraudes em licitações na concessão da Estrada de Ferro do Amapá. A Polícia Federal realizou mandados de busca na casa do empresário Eike Batista e prendeu o segundo homem na hierarquia do órgão, suspeito de tráfico de influência.
O nome da operação era uma referência à mitologia grega de um rei que dizia transformar tudo que tocava em ouro.
Em 2014, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP), denunciou o empresário por uso de informações privilegiadas para obtenção de vantagens ilícitas no mercado financeiro. O pedido era que Eike pagasse indenização de R$ 26,1 milhões - valor três vezes maior do que os R$ 8,7 milhões apontados como obtidos de forma ilegal.
Em 2015, Eike teve diversos bens apreendidos. Entre iates e lanchas, esta a Lamborghini Aventador LP700-4 avaliado em R$ 2,6 milhões, que decorava a sala do empresário. Outros cinco carros, R$ 90 mil em dinheiro, R$ 37 mil em moedas estrangeira, um piano, computadores, o celular de Eike e 16 relógios. também foram levados pela Polícia Federal. No mesmo ano, parte dos bens foram devolvidos.
Ainda no mesmo ano, ele acabou virando alvo da Operação Lava Jato ao ser citado por um delator. Eike prestou um depoimento espontâneo, no ano passado, à Justiça e contou que em 2012 o então ministro da Fazenda Guido Mantega pediu que ele contribuísse com R$ 5 milhões como doação eleitoral. Anteriormente, ele havia sido citado na primeira fase da Operação Calicute sob a acusação de repassar R$ 1 milhão ao escritório de advocacia da mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo.
Já neste ano (2017), a Justiça das Ilhas Cayman congelou US$ 63 milhões de uma conta de Eike Batista.
Na manhã desta quinta-feira (26), Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a Operação Eficiência, a segunda fase da Lava Jato no Rio de Janeiro. Eike é investigado por crimes de lavagem de dinheiro e ocultação no exterior de cerca de U$ 100 milhões.
Eike está foragido e suspeita é que ele tenha viajado para Nova York com passaporte alemão. A Polícia Federal acionou a Interpol para tentar localizar o empresário.
O empresário não tem curso superior completo e, quando preso, deverá aguardar julgamento em uma cela comum em um dos presídios do Rio de Janeiro. A Secretária de Administração Penitenciária (Seap) disse que a decisão de qual unidade o detento deverá cumprir pena só é feita após triagem.
Internautas têm cogitado a possibilidade de Eike ser encaminhado para o complexo de Bangu, o mesmo em que está preso o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.