Como é ser vegana na Islândia?
Como é ser vegana na Islândia?

A Islândia é um país nórdico, daqueles bem frios e que, no inverno, pode te proporcionar a incrível imagem da aurora boreal. São quase 320 mil pessoas a habitarem a terra do gelo e dona do meu coração. A geografia (a geografia, não eu, que nunca entendi) explica a paisagem incrível do país, que tem grande atividade vulcânica (sim, vulcões!), com nomes impronunciáveis, como Eyjafjallajökull, resultando em gêiseres e fontes termais.
Os gelos, ou melhor, o sol da meia-noite, me acolheram por dois meses, assim que tomei a decisão de realizar meu sonho. E o que poderia ter sido só uma viagem, virou paixão e eu queria ter criado raízes naquele lugar.
Os islandeses costumam alimentar-se com produtos frescos, livres de agrotóxicos, e são grandes consumidores de peixes, que (dizem) ter alto padrão de qualidade. Lá eu vi de tudo: peixe desidratado, carne de cordeiro, carne de tubarão, sopa de tubarão, testículos de carneiro, almôndegas de peixe, e o prato nacional do país Þorramatur, feito com tubarão podre, testículos, salsicha de fígado de ovelha, gordura de sangue, peixe desidratado, barbatana de foca, e por aí vai. É basicamente o pesadelo da vegana, vulgo eu mesma, que sim, sobrevivi ao país que consome absurdos de carne e laticínios.
Nem só de gelo vivem os islandeses. O país tem grande variedade de alimentos veganos e orgânicos, o que é, de fato, curioso para um país tão pequeno. A população que por lá vive está familiarizada com o termo "vegan", entendem o que significa e respeitam. Na capital, Reykjavík, existem diferentes restaurantes totalmente veganos, inúmeros vegetarianos, e a maioria dos restaurantes oferecem ao menos uma opção sem carne e sem laticínios ou ovos. Nos mercados, mesmo os pequenos, é possível encontrar opção que trazem no próprio rótulo o selo vegan. Ser vegana na Islândia foi incrivelmente fácil.
Eu morei em Akranes, uma cidade de quase 6 mil habitantes, que vive da pesca. Por sorte, essa cidade tinha um mercado que foi a minha salvação. As frutas e legumes prestes a estragar eram vendidos com preços módicos, que não me levavam à falência. O que realmente me fazia falir eram os inúmeros queijos veganos e as caríssimas cervejas. Apesar disso, sim, é possível ir à Islândia sendo vegana. Basta alimentar-se de lúpulo, malte, água e Valhalla, um delicioso licor. Porém, não é possível sair da Islândia e viver sem querer voltar. Eu mesma, hoje, vivo de saudade.
Fontes:
https://viagemeturismo.abril.com.br/paises/islandia/
http://www.thisrawsomeveganlife.com/2017/04/my-vegan-guide-to-iceland.html
https://www.mountainguides.is/blog/traveling-in-iceland-as-a-vegetarian-or-vegan/
https://tierricola.wordpress.com/2017/01/24/comer-vegano-y-sin-gluten-en-islandia/