Brenda Spencer, a assassina que odiava as segundas-feiras

Em 1979, uma jovem da Califórnia matou duas pessoas e feriu nove – a maioria crianças – com um rifle que seu pai havia lhe dado de presente no Natal. “Não gosto das segundas-feiras. Só fiz isso para animar meu dia”, afirmou Brenda, justificando o ataque selvagem em uma escola primária.

Brenda Ann Spencer, uma adolescente solitária e problemática, criada em San Diego, na Califórnia, utilizou um rifle semiautomático que seu pai havia lhe dado de presente no Natal para abrir fogo em uma escola primária em uma segunda-feira, 29 de janeiro de 1979. A jovem de 16 anos foi detida pela polícia após seis horas de tiroteio, dois mortos e nove feridos – a maioria crianças. Após ser capturada, Brenda surpreendeu com sua declaração:

Nascida em uma família modelo norte-americana – pelo menos, em aparência –, Brenda foi uma menina solitária e tinha muitos complexos por causa de seu aspecto físico. Ela odiava a cor de sua pele, seus cabelos ruivos, suas sardas e seus óculos gigantes para a miopia. O divórcio de seus pais exacerbou o comportamento antissocial da menina, e ela passou a viver com o pai, Wallace Spencer, um alcoólatra que, de acordo com uma declaração de Brenda anos depois, a maltratava e abusava sexualmente dela.

Seu pai lhe presenteou no Natal de 1978 um rifle Ruger semiautomático calibre 22 com mira telescópica e 500 balas. Nas semanas seguintes, a adolescente aprendeu a manejar o rifle e aperfeiçoou sua pontaria. O dia 29 de janeiro de 1979 foi o escolhido pela jovem para cometer um massacre com sua arma, supostamente pelo simples motivo de ser uma segunda-feira. Nas primeiras horas da manhã, Brenda se escondeu detrás de uma janela com vista para a escola primária Grover Cleveland e abriu fogo contra os alunos enquanto gargalhava.

Brenda continua presa em uma penitenciária de Corona, 38 anos depois. Os pedidos de liberdade condicional lhe foram negados quatro vezes por causa de sua aparente falta de arrependimento e empatia para com as vítimas. A última vez que ela tentou foi em 13 de agosto de 2009. E, por enquanto, aos 53 anos de idade, ela não poderá solicitar a liberdade condicional até 2019.

Mas a história não pode terminar sem sua informação mais arrepiante. Brenda declarou que não havia pedido nenhuma arma naquele Natal. Ela tinha pedido um rádio. “Acho que meu pai queria que eu me suicidasse”, ela disse. “As segundas-feiras fedem. Especialmente aquela”.