Software anti plágio encontra inspiração utilizada em 11 obras de William Shakespeare
Software anti plágio encontra inspiração utilizada em 11 obras de William Shakespeare
O Bardo teria "roubado" as ideias de George North
O Bardo teria "roubado" as ideias de George North

Com o auxílio do WCopyFind, um software anti plágio utilizado por professores para detectar colas na internet, Dennis McCarthy, um estudioso de Shakespeare e a especialista June Schlueter, descobriram que ideias e palavras de um manuscrito de 1576 são bem parecidas com as que seriam usadas por William Shakespeare décadas depois em obras como Ricardo III , Rei Lear, Henrique V, Macbeth e outras sete.
O manuscrito que inspirou o artista leva o nome de A Brief Discourse of Rebellion and Rebels ("Uma Breve Dissertação Sobre a Rebelião e os Rebeldes"), e foi escrito por George North, uma figura do século 16 que foi embaixador da Suécia e esteve presente na corte da rainha Elizabeth I. E também primo de Thomas North, que também serviu de inspiração para Shakespeare ao traduzir para o inglês a obra Vidas Paralelas de Plutarco.
Sucessão de palavras
Uma das descobertas realizadas pelo software envolve uma sucessão de palavras e frases em comum como "proporção", "vidro", "recurso", "justo", "deformado", "mundo", "sombra" e "natureza" que North usou em uma passagem da obra que fala sobre beleza e feiura.
Página do manuscrito de George North, mostrando a passagem que Shakespeare se inspirou para escrever o solilóquio de abertura de "Richard III"
Shakespeare as usou quase que na mesma sequência na abertura de Richard III. A diferença é que enquanto North destaca que as pessoas devem valorizar a beleza interior, o Bardo explica que uma vez que Ricardo III é feio por fora, agirá como o vilão que aparenta ser.
"É uma fonte para a qual Shakespeare continua voltando", diz McCarthy em entrevista ao New York Times. "Isso afeta a linguagem, ajuda a moldar as cenas e até certo ponto, influencia a filosofia das peças."
Sem plágio
Em sua edição do livro de North, os autores demonstram que Shakespeare não usa apenas as mesmas palavras que North, mas que em muitas vezes as usou em cenas sobre temas similares e até mesmo sobre os mesmos personagens históricos.
No entanto, eles não chegam a sugerir que Shakespeare tenha plagiado, mas sim que leu e foi inspirado pela obra de North.
Mas onde termina a inspiração e começa o plágio é uma questão sobre a qual muito papel foi e será gasto. Ou, por outro lado, se é possível alguém ser 100% original.
McCarthy ainda pretende usar o equipamento na esperança de apresentar mais descobertas que mostram a maneira como Shakespeare escrevia suas obras.