Gaúcho integra seleção brasileira de softbol

Atleta da equipe gaúcha Farrapos BC, Ederson Gonçalves está convocado
para a seleção brasileira de softbol, que em junho vai disputar o Sul-Americano, na Colômbia

Correio do Povo
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em 19 de mar. de 2018
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Não houve nem tempo de ver com exatidão de que lado vinha. Dentinho tinha 12 anos, mas esse é um daqueles momentos que você não esquece mais. A bola, arremessada com força, havia surpreendido o menino e acertou em cheio a sua boca. “Usava aparelho na época. Grudou tudo”, lembra ele, hoje rindo da ocasião. Desde aquele infortúnio, se passou um quarto de século. Neste intervalo, o guri que começou a jogar beisebol com os colegas de escola em Nova Esperança, no Paraná, se transformou em um jogador da modalidade e também de softbol. Agora, aos 37 anos, Ederson Gonçalves também pode se apresentar como jogador da seleção brasileira de softbol. Atleta do Farrapos Beisebol Clube, de Porto Alegre, ele foi pré-convocado para o Campeonato Sul-Americano, que acontece em junho, na Colômbia.

Em um país tão culturalmente ligado ao futebol, a escolha pelo beisebol pode parecer um tanto quanto estranha. Mas basta um GPS para entender melhor. Paraná e São Paulo concentram as maiores colônias japonesas no país. E como a modalidade é bastante praticada em terras nipônicas, basta ligar os pontos. Quando se mudou para Porto Alegre, há 12 anos, Ederson assistiu a uma reportagem na TV sobre uma equipe de beisebol na capital. Era a chance de retomar o esporte preferido. Foi em uma das partidas do Farrapos BC e de lá não saiu mais.

Ainda que, claro, lembre bastante o beisebol, o softbol guarda algumas diferenças essenciais. A começar pelo material. Os tacos não são iguais e a bola muitas vezes é verde-limão para facilitar sua observação, já que as distâncias são menores e, consequentemente, o jogo é mais rápido. Enquanto no beisebol, a distância entre as bases é de 27,4 metros, no softbol cai para 14,2 metros. “O pessoal acha que não, mas o softbol de alto nível é muito difícil”, avalia Ederson.

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VÍDEO: Os treinos da Farrapos BC no Parque da Redenção

Na competição que se inicia no dia 1º de junho, na cidade colombiana de Monteria, o Brasil entra como azarão. O país ocupa a 30ª posição no ranking mundial. Para se ter ideia, adversários sul-americanos como a Argentina e a Venezuela, por exemplo, são, respectivamente os números 4 e 8 na relação. De certa forma, é o reflexo de uma modalidade que no Brasil ainda depende muito mais da paixão dos jogadores pelo esporte do que de apoio oficial ou mesmo de patrocínio. “Não é uma modalidade profissionalizada no país”, atesta Ederson. Há dificuldade até mesmo em se encontrar lojas para comprar produtos específicos de softbol. A saída é recorrer àquele amigo que vai viajar para o Exterior ou a grupos no Facebook que dão dicas sobre onde achar o material.

O aspecto de esporte amador também é visto na rotina de treinos. A parte física, Ederson treina por conta própria, em média, diariamente uma hora e meia de academia. As atividades em equipe acontecem três vezes por semana, no Parque Farroupilha, e a presença dos atletas varia muito. “Temos uns 20 jogadores, mas só vem todo mundo mesmo quando a gente diz que vai ter jogo, aí aparece gente de tudo que é lado”, brinca Dentinho.

A relação de 21 nomes divulgada pela Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS) será reduzida para 17 antes da viagem para a Colômbia. Apesar da concorrência, a confiança de Ederson em permanecer na lista é grande. O trabalho para alcançar a meta também. “Tenho que continuar treinando forte”, observa o jogador.

Ederson Gonçalves treina com sua equipe, a Farrapos BC, no Parque da Redenção

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